Entre os meses de maio e junho, a equipe de educadores e de articuladores realizou a atividade denominada “Mapa Falado”, nos municípios de atuação do PEA Rede Observação. Esta é uma ferramenta participativa e o desenho é feito a partir das vivências dos pescadores artesanais, quilombolas e agricultores familiares. Assim, é possível esboçar um mapa representativo dos territórios monitorados. 

Além disso, tem por objetivo espacializar temas, questões e problemas já identificados em encontros como “Linha do tempo” e “Travessia”, e busca compreender os diversos aspectos da realidade vivenciada de forma mais ampla.

“Fazer mapas serve para agilizar o trabalho e a reflexão coletiva na hora de pensar nosso território. Um mapa nos oferece a possibilidade de nos distanciarmos, de imaginar o voo de um pássaro que nos facilita decifrar as conexões” entre os problemas. Deste modo, questioná-los para desenvolver alternativas de resistência, organização e mudanças [...]. (“Herramientas de trabajo para la reflexión y transformación social. Mapeo Colectivo: Profundizando la mirada sobre el territorio”, Laboratório de comunicação e recursos contra hegemônicos).

Durante os encontros, todos os envolvidos compreenderam que um mapa falado é permanentemente mutável e o resultado das atividades não é um fim em si mesmo. Ele é um ponto de partida disponível e que, agora fixado nos observatórios, é passível de modificações e inclusões de lugares ou questões ausentes.

A atividade foi realizada em dois momentos. Um para que o grupo pudesse desenhar o mapa e outro para serem discutidas problemáticas, histórias e locais de referências para os comunitários. Para isso, os educadores trouxeram perguntas sobre o dimensionamento territorial; onde são desenvolvidas as atividades econômicas; como é a dinamica de vida nestes lugares; quais os problemas e potencialidades do local etc.

Os materiais utilizados foram papel pardo, canetas coloridas, giz de cera, dentre outros que auxiliaram na construção do mapa e de sua discussão. Nos municípios de Rio das Ostras, Arraial do Cabo e Armação de Búzios, a atividade foi feita em mais de dois encontros pela complexidade dos territórios. Já em Araruama, Campos dos Goytacazes, Cabo Frio e São Francisco de Itabapoana, foi possível realizá-la em apenas um dia.