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Comunidades tradicionais participam da 3ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável, no Rio

Participantes do PEA Rede Observação da Baixada Litorânea contribuíram com propostas e votaram na escolha de delegados durante a conferência estadual na Uerj.

Por Rede Observação - Rede Observação
19/12/25 20h42 - 4 dias
Agricultores familiares, pescadores artesanais, quilombolas e articuladores do PEA Rede Observação participaram, no último dia 16 de dezembro, da 3ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural, Sustentável e Solidário. O evento, realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), serviu como etapa preparatória para a fase nacional, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA). A atividade reuniu representantes de diversos segmentos para discutir políticas públicas que serão levadas à conferência nacional, prevista para março do próximo ano, em Brasília.


O encontro começou com a composição da mesa diretora e a aprovação do regimento interno. Na sequência, os participantes foram divididos em cinco eixos temáticos. O objetivo foi selecionar as três propostas prioritárias de cada eixo. Durante os debates, integrantes do Rede Observação puderam revisar e defender itens que consideram importantes para o desenvolvimento rural. 


Eleição de delegadas



No encerramento, foram eleitos 32 delegados que levarão as demandas do Rio de Janeiro para a capital federal. Entre eles estão a articuladora local do PEA Rede Observação, Roberta Cruz, que recebeu 24 votos, e a supervisora de campo, Karla Carvalho, que obteve 25. Ambas representarão o estado do Rio de Janeiro como delegadas. Já a agricultora familiar Anderlândia Gomes e a quilombola Geralda dos Anjos foram eleitas suplentes.


"Dignidade passa pelo acesso à água", afirma delegada eleita


Para Roberta Cruz, o foco em Brasília será a defesa dos recursos hídricos e a clareza técnica sobre as competências de cada esfera do governo.


"Alinhada à Agenda 2030, considero a questão da água fundamental, pois a dignidade humana passa pelo acesso à água de qualidade. Como atuo em uma comunidade que depende diretamente disso, me sinto sensibilizada a defender esse direito para comunidades tradicionais e pescadores", afirmou Roberta.




Foco em Agroecologia e Institutos Federais



A supervisora Karla Carvalho destacou que a educação no campo é a chave para evitar o êxodo rural. Segundo ela, uma das prioridades é a criação de novos campi de Institutos Federais (IFs) voltados ao setor agrícola.


"Nosso objetivo será lutar para que as leis atuais sejam cumpridas. Detectamos que diversas políticas públicas já existem, mas a dificuldade de acesso e a falta de execução prática as tornam inviáveis", pontuou Karla.




Consciência climática 



A agricultora familiar de Cantagalo, área rural de Rio das Ostras, Anderlândia Gomes da Silva, ressaltou a urgência do debate ambiental, relatando ter perdido cinco animais devido a fenômenos climáticos extremos há dois anos.


"A mudança climática não aconteceu da noite para o dia. Para revertê-la, precisaremos de um esforço contínuo. Quero levar uma mensagem de conscientização coletiva para a etapa nacional. Muitas pessoas focam apenas em problemas locais, mas estamos discutindo algo que afeta o mundo inteiro", disse a suplente.




A quilombola Geralda dos Anjos Marciano, de Armação dos Búzios, participou pela primeira vez da conferência estadual e integrou o grupo de legislação. Eleita suplente, ela destacou a qualidade das propostas elaboradas pelo Eixo 5.


"Participar pela primeira vez foi uma experiência muito positiva. No Eixo 5, focamos na parte de leis e nossa expectativa é conseguir regulamentações importantes. As propostas foram elaboradas e espero que, pelo menos, as principais sejam aprovadas nacionalmente para que tudo dê certo para o pequeno produtor", afirmou Geralda.




Os agricultores familiares, pescadores artesanais e os quilombolas são os grupos prioritários do PEA Rede Observação. 
Com a metodologia da educação ambiental, o PEA Rede Observação é uma medida de mitigação 
exigida  pelo licenciamento ambiental federal conduzida pelo IBAMA.

A realização do PEA Rede Observação é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.

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