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Plante Rio: Agricultores e quilombolas comercializam produtos, compartilham saberes e iniciam novas articulações

Observatórios de Rio das Ostras, Macaé e Armação dos Búzios levaram alimentos e artesanatos à 7ª edição do Plante Rio, participando da feira, oficinas, rodas de conversa e momentos de troca de experiências entre produtores.

Por Rede Observação - Rede Observação
16/09/25 15h29 - 1 dia
A feira de economia solidária realizada em um espaço cultural histórico, como a Fundição Progresso, contribuiu para dar visibilidade à cultura de comunidades tradicionais do interior do Rio de Janeiro. Foi o que aconteceu neste fim de semana durante a 7ª edição do Plante Rio, que contou com a participação de agricultores familiares e quilombolas envolvidos nas ações educativas do Rede Observação na Região dos Lagos e Norte Fluminense. 

A programação reuniu feira agroecológica, exposição de artesanato, rodas de conversa, oficinas e apresentações artísticas. Enquanto comercializavam seus produtos, os grupos também participaram de atividades sobre arte, ativismo ambiental e lutas climáticas, além de um almoço agroecológico coletivo.

“Nós produzimos alimentos puros e livres de venenos. O que queremos é vender um alimento de qualidade para as pessoas e contar como eles são produzidos. Eu vejo que aqui [no Plante Rio] as pessoas são bem informadas, entendem e gostam de produtos da agricultura familiar. Vendemos tudo, então, para nós, foi maravilhoso!”, contou a agricultora familiar Edna Mendonça, do PDS Osvaldo de Oliveira, ao encerrar o dia de trabalho com seu grupo. 


Alimentos da agricultura familiar e artesanato produzido no quilombo foram comercializados no evento - Fotos: Mariane Siqueira e Sulamita Rangel

O Quilombo de Baía Formosa, representado pelo núcleo Zebina, levou a cultura quilombola por meio do artesanato com fibra de bananeira, barro e madeira. O Coletivo Andorinhas e o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira comercializaram alimentos recém-colhidos de seus territórios, como geleias, pimentas, milhos e diferentes variedades de feijão, entre eles o karucango, o preto e o vermelho. 

“Quem compra uma peça de artesanato produzida pelas quilombolas do núcleo Zebina, está levando parte da história e da cultura do Quilombo de Baía  Formosa”, contou Valquíria dos Santos da Conceição, neta de Dona Zebina.  


Foi a primeira participação desses grupos no Plante Rio. Além de venderem seus produtos, eles compartilharam modos de vida, conheceram outros produtores e iniciaram novas articulações.

Agricultores do PDS Osvaldo de Oliveira, quilombolas de Baía Formosa e Coletivo Andorinhas de Cantagalo - Fotos: Mariane Siqueira e Sulamita Rangel

Para Anderlândia Gomes da Cunha, agricultora familiar de Cantagalo, em Rio das Ostras, a participação no evento foi representativa.  “Eu planto e colho com as minhas próprias mãos. Me sinto satisfeita de estar aqui porque a agricultura familiar está se acabando. Neste espaço mostramos que nós, agricultores, estamos resistindo à urbanização que avança em todo lugar”.



Da esquerda para direita: Edna Mendonça (agricultora), Valquíria dos Santos Conceição (quilombola) e Andelândia Gomes (agricultora) - Fotos: Mariane Siqueira


Os agricultores familiares e quilombolas são um dos grupos prioritários do PEA Rede Observação. 
Com a metodologia da educação ambiental, o PEA Rede Observação é uma medida de mitigação 
exigida  pelo licenciamento ambiental federal conduzida pelo IBAMA.

A realização do PEA Rede Observação é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.

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